segunda-feira, 9 de maio de 2011

ANDREA DEL VERROCCHIO (1435-1488) E A ESCULTURA DO RENASCIMENTO


Andrea di Francesco di Cione, conhecido como Andrea del Verrocchio, nasceu em Florença e de inicio foi aprendiz do ourives Giuliano Verrocchi, cujo nome, ao que parece, adotou.

Trabalhou por muito tempo como ourives, o que resultou em sua inclinação pela escultura. Observando algumas de suas obras, notam-se detalhes decorados que lembram as minúcias do trabalho de um ourives.
Na corte de Lorenzo de Médici e foi considerado um dos pintores florentino italiano que mais esteve ativo durante a Renascença.


Entre seus alunos incluem-se Leonardo da Vinci, Sandro Botticelli, Perugino e Ghirlandaio. Também influenciou Michelangelo e foi um escultor de primeira grandeza. Não se sabe se foi aprendiz de Donatello. Suas primeiras pinturas são de 1460, quando trabalhava com Filippo Lippi.

Entre suas características primordiais: buscava representar o homem tal como ele é na realidade, mantendo a sua relação com a realidade, com profundidade e perspectiva.
Com a morte de Donatello, em 1466, Verrocchio tornou-se o artista favorito dos Medici, para cujas recepções e festividades, o artista concebeu vários estandartes e outros elementos decorativos.
Sua primeira obra de porte foi o suntuoso sepulcro de Pedro e João de Medici, na igreja de San Lorenzo em Florença, concluído em 1472 e notável pelo uso de mármore e pórfiro coloridos em associação com ornatos de bronze.
Em 1474 e 1475, pintou “O Batismo de Cristo”, agora na Galeria Uffizi, em Florença.

“Batismo de Jesus Cristo”


Escultor por temperamento, Verrocchio não se interessou profundamente por pintura e em geral, deixava que seus quadros fossem terminados por discípulos, segundo a compreensão pessoal deles. Mesmo quando pintava, Verrochio almejava obter resultados de movimento como na escultura através de marcações incisivas e da linha enérgica.
O artista utilizava-se de efeitos de forma viva e vibrante mediante soluções de claro-escuro, como se pode observar na barriga de Cristo parecendo ser de carne e os cabelos e a barba, sem contornos, confundindo-se com a sombra, trazendo para a arte a natureza.
Há controvérsias sobre essa obra, no entanto, é seguramente de Verrocchio, principalmente, na imagem do Batista, o anjo voltado para frente e a parte mais próxima da paisagem.
O anjo da esquerda, ao contrário, é certamente obra de Leonardo jovem, que com toda probabilidade pintou Jesus e criou a paisagem do fundo, requintadamente pictórica e com todas as pesquisas naturalistas que caracterizam o artista.
É importante observar a barriga de Cristo parecendo ser de carne e os cabelos e a barba, sem contornos, confundindo-se com a sombra, trazendo para a arte a natureza. Segundo Giorgio Vasari, Andrea decidiu então nunca mais pintar, pois Leonardo tinha o ultrapassado em técnica e genialidade.
Em 1475, Verrocchio começou a se dedicar quase inteiramente à escultura e consagrou-se com o juvenil "David" do Bargello em Florença, anterior a 1476.

“David”






O “Davi” de Verrocchio mede 1,26 m, constituída em bronze e retrata um adolescente ágil e elegante, em sua túnica enfeitada, cujos detalhes lembram o trabalho de ourives.

A escultura representa a personagem bíblica Davi, que venceu o gigante Golias, poderoso soldado de um exército inimigo do povo de Israel e, inevitavelmente, remete ao “Davi” de Michelangelo.
Em 1478, Verrocchio começou seu trabalho mais importante, uma estátua equestre de Bartolomeo Colleoni, que tinha morrido três anos antes. O trabalho foi encomendado pela República de Veneza. Era a primeira tentativa de produzir uma estátua com uma das pernas do cavalo não tocando o chão.


A estátua é também notável pela expressão firme de comando no rosto de Colleoni, em Veneza.

Verrocchio enviou para seus clientes um modelo de cera em 1480 em 1488, ele finalmente mudou-se para Veneza para ajudar na fundição da estátua. Contudo, ele morreu antes de terminar o trabalho. A obra foi fundida pelo escultor veneziano Alessandro Leopardi e inaugurada em 1496.
Em Florença, sua obra em bronze mais importante é talvez "Cristo e São Tomás" (1467-1483), na fachada do Or San Michele.

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