domingo, 25 de março de 2012

JEFF KOONS: APROPRIAÇÕES



JEFF KOONS nasceu  em York, na Pennsylvania, em 1955.
Pouco se sabe sobre sua infância. Estudou pintura e paralelamente, trabalhou como corretor em Wall Street para sobreviver.
Nos anos 80, época em que, à semelhança de Andy Warhol e a sua “Factory”, Koons monta um estúdio num loft do Soho, onde emprega cerca de trinta assistentes, cada um com papel diferente na produção e divulgação do seu trabalho, método conhecido como “Art Fabrication”.
Koons apostou em marketing, contratou um consultor de imagem e se tornou conhecido por suas fotografias, rodeado de objetos alusivos às armadilhas do sucesso, assim como, as entrevistas em que se refere a si mesmo na terceira pessoa.


Os trabalhos de KOONS possuem diversas características com as questões de Arte Pós-Moderna:
  • a metalinguagem: usa da arte para falar da própria arte, principalmente quando entra na questão dos valores estéticos da cultura de massa;
  • inspiração no cotidiano: busca elementos do cotidiano das pessoas para questioná-los e discuti-los;
  • participação do público: alguns de seus trabalhos só se formam com a presença do observador, chegando, ás vezes, a ser o próprio observador;
  • espaços não convencionais: vários de seus trabalhos foram realizados dentro da mídia:
  • mistura de personagem e artista: nos trabalhos ditos "pornográficos" ele era o artista que era o próprio personagem da obra.
  • novos critérios e valores de qualidade: questiona os paradigmas, os dogmas e os valores impostos pelo mercado de arte, através de uma sutil ironia (em relação aos padrões de beleza) presentes em seus trabalhos. 

Um dos seus trabalhos iniciais, intitulado “Three Ball 50/50 Tank”, de 1985, consiste em três bolas de basquetebol a flutuar dentro de tanques de vidro com água destilada até o meio.


Rabbit” (“Coelho”), de 1986, em aço inoxidável, é uma das criações mais famosas de Jeff Koons, considerada por especialistas como uma das obras mais emblemáticas do final do século 20.


Koons, nessa época, trilha pelos caminhos da Apropriação, anexando á força dos originais e ao mesmo tempo em que se utiliza de diversidades de ideias e materiais, em suas criações. Dessa forma, o artista apropria-se de elementos estéticos do cotidiano da cultura de massa, descontextualizando-as.
Seguem-se em 1988, as séries “Statuary” e “Banality”, grandes ampliações de brinquedos em aço inoxidável, que incluem a peça de porcelana, de 106,7x179,1x82,6cm; onde figuram Michael Jackson e o seu chimpanzé Bubbles que, três anos mais tarde, foi vendida por 5,6 milhões de dólares integrando, atualmente, a coleção permanente do Museu de Arte Moderna de São Francisco.



Ainda em 1988, Koons inspirado na Pantera Cor de Rosa, personagem criada pelo ilustrador norte-americano Hawley Pratt (1911-1999), cuja divulgação se deveu ao filme com o mesmo nome realizado por Blake Edwards em 1963, criou uma escultura homônima no estilo Pop Art, onde a personagem de animação se apresenta abraçada a uma jovem loira, meio despida. 


Koons em suas 17 obras monumentais de estilo kitsch, expostas no palácio de Versalhes, causaram uma enorme polêmica entre os franceses, que manifestaram grande indignação por uma Pop Art, estar exposta em um lugar de Arte Erudita.
Na época, o diretor do Palácio de Versalhes, Jean-Jacques Aillagon, ex-ministro da Cultura, rebateu essas críticas dizendo que:

 "Versalhes deve ser um lugar cultural vivo e não ficar imerso no formol".

Kisch é utilizado para designar o mau gosto artístico e produções consideradas de qualidade inferior. Ainda que, muitas vezes, se fale no kitsch como um conceito universal, a maior parte dos estudiosos localizam-no no seio da sociedade industrial, de feitio burguês, o que faz do estilo kitsch um dos produtos típicos da modernidade. A pujança do kitsch coincide com a expansão do mercado e com a emergência da sociedade de massas que impõem normas à produção artística ditadas pela difusão e possibilidades de aquisição de produtos artísticos, de modo geral, reproduções e cópias, em função dos baixos preços.
Mais tarde, no período posterior à 2ª Guerra Mundial (1939-1945), a arte pop retira os sentidos pejorativos que cercam o kitsch. A arte pop se apresenta como um dos movimentos que recusa a separação arte/vida, e o faz - eis um de seus traços característicos - pela incorporação das histórias em quadrinhos, da publicidade, das imagens televisivas e do cinema. Ao aproximar arte e design comercial, os artistas superam, propositadamente, as fronteiras entre arte erudita e arte popular, ou entre arte elevada e cultura de massas, flertando sistematicamente com o kitsch.
A despeito das considerações críticas sobre a existência de uma oposição entre o kitsch e as vanguardas, nota-se uma estreita relação entre os termos: tanto as produções kitsch incorporam procedimentos das vanguardas quanto, ao contrário, diferentes movimentos de vanguarda se interessam pelo kitsch em função do modo como ele subverte os padrões estéticos, de modo muitas vezes irônico.


Três aspiradores, dois aparelhos para lavar o chão, iluminados por luzes de neon, fazem parte de uma instalação em mostra de obras Pop Art, do artista americano Jeff Koons, em Versalhes.

Autorretrato de Jeff Koons, 1991.

 O seu casamento em 1991 com Ilona Staller, a estrela pornô conhecida por Cicciolina, rendeu as peças da série “Made in Heaven”, que englobam pinturas, fotografias e esculturas que retratam o casal em posições sexuais, gerando polêmica na época.
Koons, nesse trabalho, apresenta a pornografia em forma de arte, ás imagens não tem a intenção de escandalizar, apenas retratarem a intimidade de um casal, rompendo com o padrão moralista.





Em 1992, Koons cria “Puppy”, uma escultura de um cachorro, formado por aço inoxidável, madeira, terra, sistema interno de irrigação e flores vivas de 16 metros de altura, que retrata um “West Highland Whitw Terrier”. Nsse trabalho, Koons fez em protesto por não ter participado da Documenta de Kassel, em 1992, na Alemanha. O artista comparou a cidade alemã à Disneylandia. Depois de ter estado no Museu de Arte Contemporânea de Sydney e no Rockefeller Center, em 2000, atualmente a "escultura"encontra-se no terraço do Museu Guggenheim de Bilbao, uma vez que foi adquirido pela fundação à qual o museu pertence.


A escultura “Split-Rocker”, 2000, é composta de 100 mil flores naturais e possui um sistema de irrigação interna. A cabeça mistura a forma de um pônei com a de um dinossauro. As flores são um tema recorrente da obra de Koons.


“Moon”, 1995 a 2000, em cromo inoxidável e aço, é coberta com um revestimento colorido e pesa 1,2 toneladas, exposta na famosa Galeria dos Espelhos do Palácio de Versalhes.  


Em 2001, Koons surge com uma série de pinturas intituladas “Easyfun-Ethereal”, que são o resultado de uma técnica que combina colagens de imagens de biquínis sem corpos, comida e paisagens pintadas por assistentes sob a sua supervisão. 




Em 2006, é exibido o “Hanging Heart”, um coração de 2,74 metros de altura em aço inoxidável polido, com pintura de cor transparente e fita amarela.


Koons, assim, provoca reações irônicas aos transformar em esculturas, objetos e coisas banais em escalas gigantes e usar locais de alta circulação e importância como espaço para exposição.


Em abril de 2008, um desenho inspirado nos “Tulip Ballons” foi utilizado pelo motor de busca da Google em sua página.



Em 2009, seguem as exposições em Londres e Toronto, onde foi exposto “Rabbit”, o seu coelho prateado gigante realizado para celebrar o Dia da Ação de Graças, organizado pela Macy’s.


Em 2010, Koons foi convidado a decorar o 17º “Art Car”, da BMW, um M3 GT2, juntando-se assim a nomes como Andy Warhol, Roy Lichtenstein, Frank Stella ou Alexander Calder.











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